
A discussão entre os escritores Andrew Keen e David Weinberger, onde cada um apresenta em seus livros, seu ponto de vista em relação à verdadeira função cultural e intelectual da internet atual para com a sociedade, instigou reflexões entre pensadores, blogueiros e internautas, e logo, a repercussão do tema na mídia.
Andrew Keen, chamado de “Anticristo” entre os blogueiros, critica em seu livro "The Cult of the Amateur: How Today's Internet Is Killing Our Culture" (o culto ao amador: como a internet de hoje está matando nossa cultura) dizendo que a internet está matando a cultura por estar “proporcionando” através da interatividade a oportunidade de qualquer pessoa publicar um conteúdo na internet, o que dá abertura para a divulgação de informações inúteis e por isso “empobrecendo” a cultura e a intelectualidade tradicional.No entanto, caindo em contradição à sua posição no assunto, Keen possui um blog, e se explica em entrevista para FOLHA que a função da página é somente para divulgar seu livro, “já que a internet é uma plataforma de marketing”.
Se fizermos o cálculo de tudo que é considerado lixo na internet, perderemos as contas...Porém, somente na internet que encontramos informações inúteis? Os veículos tradicionais de mídia – tv, rádio, revistas, e até mesmo jornais e livros- também estão sujeitos à produção de “lixo cultural”.Nada impede que, assim como uma pessoa publica textos inúteis em blogs, “youtubes” e “orkuts” divulguem também em revistas "teens", "Caprichos" e “novelamaníacas” informações também bem longe de serem enriquecedoras intelectuais...
Contudo, é inegável a facilidade e praticidade que a internet oferece para produção e exposição de conteúdo no mundo virtual; mas, na mesma proporção, está também a disponibilidade de informações muito úteis, que antes eram inalcançáveis.A tecnologia da mídia avança não só no propósito de mercado mas de democratizar o direito à informação.
Portanto, ao se opor à opinião de Keen, Weinberger mostra apenas o que já está previsto pela tendência da evolução.A web não é apenas uma febre, mas um futuro já muito presente do qual muitos ainda não conseguiram enxergar.